quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Eu amamento sim e não venha dizer que não!

Olá Mamães,

Ainda estou no período de resguardo, mas ficando já menos sensível e menos chorona por qualquer coisa, passando da fase que chamam de "Melancolia do Puerpério". Mas tem um assunto que nesses praticamente 20 dias de vida do meu filho e 20 dias como sendo mãe que já me deixou muito chateada, frustrada e colocando para o placar de fracasso como mãe o primeiro ponto: Amamentação. E decidi desabafar primeiro sobre esse assunto pois acredito que existam tantas mães no mesmo barco que eu, que acredito que se eu compartilhar de uma vez minha história eu talvez possa ajudar mais mães a não se sentirem só como eu tenho me sentindo.

O que eu, a cantora Adele, a apresentadora Fernanda Gentil e tantas outras mães temos em comum? Nós não amamentamos nossos filhos no peito, tivemos que seguir o caminho da mamadeira. Sabem, nenhuma recém mãe pensa em não dar seu leite para o filho, mas nem todas, como eu, conseguem fazer isso por mais automático que pareça ser. A minha dificuldade é que além do meu meu bico ser plano e o tamanho do peito farto demais, o fato do meu filho ter nascido prematuro contribuiu para o caminho da mamadeira pois ele ficou na UTI até o último segundo da minha alta. Isso não me impediu de tentar, é claro. Usei concha para mamilos planos/invertidos logo no hospital para lá tentar amamentar, comprei o tal bico de silicone, tentei na raça direto no peito. Não estou tendo sucesso por mais que eu siga todas as dicas e orientações que recebi no hospital e que eu pesquiso na Internet em tantos grupos que indicam. Esse momento se tornou ao invés de um momento de amor e vínculo entre mãe e filho, se tornou em estresse e chateação para ambos. Meu filho fica irritado porque não consegue mamar, e eu culpada por não conseguir dar meu peito e um pouco do meu leite que seja. Então eu decidi sim dar mamadeira para o meu filho porque não o deixaria morrer de fome por uma questão de ego e pressão social. E o que ele não engordou na primeira uma semana e meia desde que veio pra casa, recuperou desde a minha decisão.

Eu vi e senti como que a sociedade pode ser cruel com a Mãe por causa disso, nós sentimos os julgamentos até nas perguntas mais simples como "Ta mamando direitinho?". Às vezes pode ser só uma pergunta por perguntar mesmo, mas para a mãe que não conseguiu dar o próprio leite, nela se esconde um pequeno julgamento, aquela vontade de perguntar "Tá no peito? Tem leite?".  A minha sorte é que eu tive apoio nesse momento. O apoio do pai nessas horas é o mais importante, junto com a orientação da pediatra que mais do que entender minha situação, me apoiou e me aconselhou também.

Então por experiência própria eu digo a vocês mães que estão no mesmo barco que eu: NÃO SE SINTAM CULPADAS. Melhor nossos filhos estarem bem alimentados de uma forma do que cedermos a pressão social que não entende como é estar na nossa pele, não vê as lágrimas que derramamos por não ter sucesso na primeira função de mãe de que se espera de nós.

E para os que nos julgam, dão palpites ou não tem algo simpático a nos dizer, saibam que nós sabemos sim que o leite maternos teria muito mais benefícios, mas nós faremos e fazemos de tudo para suprir essa falta. E principalmente, não é o fato de não mamar no peito que não criaremos vínculo afetivo com nossos filhos. Ser mãe não depende só disso, se dependesse, eu mesma não teria um vínculo tão forte com a minha mãe e eu mesma fui uma criança que não mamou no peito.

Peço REPEITO a nós mães que amamentamos nossos filhos sim, mas não da forma como se era esperado.



Obrigada.